Jorge Palma - Encosta-te a Mim
Um dos melhores operadores de montagem com quem tenho o prazer de trabalhar acusou-me já várias vezes de abusar da "redundância".
Como nunca estudei televisão, de início tive de fazer perguntas para entender a crítica. Como não aprendi antes, acedo agora aos conceitos por "experiência", as mais das vezes a discutir.
Se eu bem entendi, o meu companheiro acusa-me de querer adequar demasiado a imagem ao texto, o que acaba por atrofiar a narrativa própria das imagens. É uma crítica séria.
Mas eu faço notícias. E por isso, às vezes cedo e às vezes ainda abuso da redundância, com a vantagem de ser agora menos inconsciente disso.
Pensei neste dilema quando vi este vídeo da nova canção do Jorge Palma. Eu gosto muito do trabalho dele, há muito tempo, e acho que os melhores discos são os mais recentes. Este "Encosta-te a mim" é, para mim, uma coisa à Leonard Cohen.
Mas fiquei frustrado com o vídeo, sem perceber a razão. Depois veio-me à cabeça a redundância.
Claro que valorizo a surpresa relativa de ver uma série de personagens conhecidas enroscadas em Palma.
Mas esta canção, para mim, tem um poder tão grande de obrigar quem a ouve a imaginar o seu próprio filme que quase não admite imagens num videoclip, quando mais imagens tão óbvias.
Não deixa de ser uma extraordinária canção, apesar do vídeo.
O Palma é fodido.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
A redundância
quarta-feira, 11 de julho de 2007
domingo, 1 de julho de 2007
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